sábado, 29 de enero de 2011

O Brasil e sua economia. Ciclo do café na Era Imperial (1822-1889). Nota 2


Poder nas mãos dos latifundiários, mudança do sistema escravista ao sistema capitalista.


As razões pelo qual foi extremamente limitado o advento de manufaturas anteriormente a década de 1840, ocorreram devido
* à auto-suficiência das regiões do Brasil (principalmente das fazendas do café e da cana-de-açúcar, que produziam seus próprios alimentos, vestuário, equipamentos, etc…),
* à falta de capitais e
* ao alto custo da produção.
Com o passar das décadas, surgiram novas tecnologias provocando aumento da produtividade interna; as exportações aumentariam e em 1859, alcançariam o tão desejado equilíbrio na balança comercial, dobrando em volume e triplicando em valor nominal.
A maior parte das exportações brasileiras eram produtos agrícolas.
A incorporação dos trens tornou o transporte de carga menos oneroso e mais rápido, diminuindo consideravelmente o custo de produção.
O valor absoluto das exportações do Império em 1850 era o mais elevado da América Latina (o triplo da Argentina, que estava em quarto lugar) e manteria essa posição até o final da monarquia. O crescimento econômico brasileiro foi importante, enquanto os que se dedicavam ao trabalho agrícola tinham economia de subsistência e só podiam vender nos mercados locais.
Os novos e importantes estabelecimentos industriais receberam subvenções e os grandes produtores agrícolas buscaram modernizar seus empreendimentos para manter a competitividade no mercado internacional.
Na região sudeste a produção do café, que no início do Brasil independente respondia por apenas 3% nas exportações, foi se tornando mais e mais importante para a economia brasileira, principalmente devido ao aumento extraordinário no mercado consumidor internacional.
As fazendas cafeeiras eram praticamente auto-sustentáveis, pois não só o café era produzido, mas também a alimentação e vestuário para os escravos, negando a possibilidade de surgimento de outros setores econômicos voltados para este mercado concentrando poder.
Os salários dos trabalhadores livres eram menos onerosos que o sustento dos escravos (1), dessa forma, foi realidade a extinção do tráfico negreiro, em 1850, apurados pela Grã-Bretanha, os produtores se focarem na manutenção da mão-de-obra livre buscando impedir uma alta nos custos da produção. Conclusão: O salário foi menor mais uma vez.
Começou o êxodo das pessoas livres sem condições buscando trabalho. Absorveram imigrantes estrangeiros que chegavam e também a ex-escravos.
A renda per capitã era elevada, mais a riqueza estava concentrada em poucas mãos.
Ás inovações técnicas e tecnológicas se opunha a espoliação dos trabalhadores.
Um país muito desigual estava em construção.

(1) Os trabalhadores livres não causavam gastos em alimentos, vestidos, saúde... Um trabalhador doente era substituído imediatamente, milhares esperavam esse trabalho... Um escravo tinha uma mínima atenção que encarecia o produto.

Revisão do Marco político-histórico para o enquadramento da economia. (1822-1860)

Os grandes proprietários brasileiros romperam com a coroa portuguesa e com o absolutismo, mas entronizavam o herdeiro. Cortavam as amarras com Portugal, mas asseguravam os interesses lusitanos.
Os grandes proprietários mantiveram-se unidos sobretudo para garantir o abastecimento e a exploração dos cativos. O bloco independentista tinha muitas contradições, a crise européia, a recessão, o contexto de decadência fez que perdera o apoio dos escravistas. Com a Revolução Industrial na Europa renasceu a necessidade dos escravos para trabalhar nas lavouras do café.
O Estado unitarista e centralizador surgido em 1822 mantinha com dificuldade sua autoridade sobre imenso território transpassado por profundas diferenças sociais, históricas, lingüísticas, étnicas, etc.
Em 1837 o governo interpretava sobretudo aos ricos comerciantes de trabalhadores escravizados e aos grandes plantadores do Centro-Sul e da Bahia.
Em 1840, a estabilidade deveu-se à pujança da expansão cafeicultora e à interpretação imperial das necessidades da ordem escravista.

Em 1850, a pressão inglesa obrigou o governo imperial a pôr fim ao tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados, os fins foram políticos e econômicos já que os trabalhadores livres eram menos onerosos. Os trabalhadores escravos foram substituído pelo tráfico interestaduais que alimentou a cafeicultura com cativos enviados de todo o Brasil.
Tomaram se medidas de fomento industrial com empréstimos estrangeiros o que ocasionou concentração de poder nas grandes empresas e diminuição do salário dos trabalhadores livres.
A crise econômica era geral e as concessões feitas aos estados liberais, limitadas. Os presidentes provinciais eram designados pelo governo central e desalentavam a pressão fiscal que era muito importante. Em diversas regiões, eclodiram movimentos liberais, federalista e separatistas, que não prosperaram mas receberam a adesão dos livres-pobres e dos trabalhadores escravizados.
Desde o início da escravidão, os cativos tinham lutado sós contra o cativeiro com algumas vozes isoladas pediam inutilmente reformas para a instituição.

viernes, 28 de enero de 2011

O Brasil e sua economia. Ciclo do café na Era Imperial (1822-1889). Nota 1

Poder em mãos dos latifundiários, mudança do sistema escravista ao sistema capitalista.
1889: golpe de Estado sem participação popular. Início da República Velha.

O ciclo do café. Nota 1
No Brasil do século XVIII, todo o trabalho era feito pelos escravos, todas as indústrias eram proibidas, não se fazia estradas para não incentivar o contrabando em 1808 praticamente inexistia meio circulante, obrigando a minúscula população livre a fazer escambo (troca sem dinheiro).
Na primeira metade do século XIX, mudou o sistema econômico escravista e colonial para uma economia capitalista, liberal e de iniciativa privada. Diversificou-se a economia, Investiu-se na melhoria das estradas terrestres e no desenho do sistema de portos para comerciar livremente, principalmente com a Grã-Bretanha pelos acordos assinados.
A família real e sua corte, instaladas desde 1808 no Rio de Janeiro, estavam acostumadas com elevados índices de consumo; para atenderem essa demanda já tinham navegação regular, o endividamento era muito importante na primeira metade do século. Nessa época, as importações eram muitas e criavam um déficit contínuo devido à falta de produtos manufaturados. Exportava-se açúcar, algodão, café, couros e peles.
A queda do preço do açúcar e o aumento do preço do café no mercado europeu foram marcando a mudança na produção brasileira surgindo uma nova classe social: Os cafeeiros.
Em 1830, o café era o produto mais exportado pelo Brasil, desbancando o ouro e o açúcar. Nesse ano, a terceira parte dos habitantes eram escravos.
No Rio de Janeiro, começou um movimento nunca antes visto renascendo o comercio aparecendo novos armazéns e começando a se plantar no município.
O café percorreu todo o litoral brasileiro, sempre em pequenas plantações para uso da casa ou em vendas. Os fazendeiros enriqueciam e abriam novas fazendas, compravam cada vez mais escravos para o trabalho na terra. Estimulava-se a vinda de outras as raças para o Brasil. (Desse estímulo já fiz comentário em outra nota, também foi para “fazer mais branca a população”)
A arquitetura de armazéns e lojas tinha portas no lugar de janelas e, quando sobrado, o comércio era no térreo e a residência no andar superior. Aos poucos, os habitantes foram o duplo, entretanto a riqueza ficava na mão de poucos. Os intermediários, donos de armazéns e barcos para vender a mercadoria no Rio de Janeiro, conseguiam impor os preços ao produtor garantindo assim boa margem de lucro.
Tinham no Brasil colonial, três classes de casas de negócios:
1. Comerciantes: Classe formada pelos proprietários de grandes capitais, que compravam toda a produção das fazendas ou importavam diretamente os produtos da Europa, ficando com toda a carga dos navios que chegavam.
2. Negociantes: Os comerciantes vendiam aos negociantes que revendiam ao público final e aos vendeiros.
3. Vendeiros: proprietários de pequenas vendas nas áreas rurais.

miércoles, 26 de enero de 2011

Revisão do Marco político-histórico para o enquadre da economia. Até 1822

Na primeira parte do século XVIII, as costas eram voltadas umas para as outras e de frente para a Europa e para a África. Os limitados meios de transporte e a política administrativa reforçavam os particularismos regionais. E geraram conflitos entre as regiões.
As fazendas regionais produziam mercadorias que eram exportadas pelos portos da costa. Os mercados internos quase inexistiam. A igual que os grandes proprietários americanos os fazendeiros sonhavam com a autonomia de suas respectivas regiões. As províncias se consideravam exploradas e governadas autoritariamente desde a Corte localizada no Rio de Janeiro e em algumas regiões discutiram a independência.
Tudo sugeria que o Reino do Brasil explodiria em diversas repúblicas o que causaria duros combates internos e com Portugal.
Começou como uma rebelião anti-lusitana que se transformou após na proclamação da independência, o 7 de setembro de 1822.

Independência ou Morte
quadro de Pedro Américo

sábado, 15 de enero de 2011

O Brasil e a sua economia. Período da cana-de-açúcar, a pecuária, a mineração.

Economia até 1822 (Independência do Brasil)
Diferentes foram os ciclos da economia no Brasil, mas em cada um deles se beneficiou um setor social em prejuízo dos outros provocando mudanças sociais, culturais e populacionais.
Falei da formação das favelas, reforçarei a tese que compartilharem muitos setores populares.
Os povos emigram pela necessidade de sobreviver às condições impostas pelo clima, pela economia... Todos os imigrantes procuraram melhores condições, para suas famílias e para si próprio.
Modo de produção escravista:
Não começarei pelo pau-brasil pelo afastado no tempo. Falarei da cana-de-açúcar trazida em 1502 por Américo Vespúcio. Esta plantação dava lucro à coroa e concretizou a colonização utilizando a mão de obra escrava, indígena e negra. Falei em outras notas das compras dos escravos, suas ânsias de liberdade e o tratamento dado a eles pelos donos, falei também sobre comportamento indígena. Não vou abundar nesse tema.
Os portugueses tinham poucos recursos, resolveram se aliar aos holandeses, eles financiaram a implantação e em troca, ficaram com a comercialização. Seu objetivo, produzir o máximo ao menor custo possível. Surgiram os grandes engenhos, os latifúndios, baseados em monocultura da cana-de-açúcar. Os outros cultivos só se faziam para a subsistência.
O melhor solo para a produção era o de nordeste pelo argiloso. Foi onde os engenhos mais se desarrolharam. Os latifundiários, os mais beneficiados. Na capela se abençoava a espoliação.
Os escravos que moravam na casa grande tinham benefícios que os outros nem imaginavam.
Muito bem plasmado por Jean Baptiste Debret entre outros
Para observarem a diferença.
Tem diferença no trato aos escravos. A todos faziam sofrer, mas ainda no sofrimento, alguns tinham melhor trato.

A sociedade com modo de produção escravista marcou os inícios da economia brasileira, atividade que gerou um setor chamado de tráfico negreiro interrompido em 1850 com a Lei Eusébio de Queirós. Nas postagens anteriores há detalhes.
Pecuária
Pela necessidade da produção, o povoamento foi se estendendo ao interior e o gado foi empurrado para o interior junto com a cana, buscando solos favoráveis. O rio da integração foi o Rio São Francisco, as fazendas se instalavam ao longe de seu curso o gado chegava desde a Bahia até os Estados do Pìauí e Maranhão, assim se ocuparam o Sul do Estado do Maranhão.
A pecuária se relacionou com a cana-de-açúcar dentro do mesmo sistema econômico.
Paralelamente desde 1709 começou o Ciclo da mineração .
Ao redor de 1700 foram achadas as pedras preciosas e os metais valiosos, nas áreas que depois seriam Mina Gerais e Mato Grosso o que provocou um afluxo populacional vindo de Portugal e de outras áreas da colônia intensificando o comércio entre diferentes vilas e cidades, ocasionando os primeiros conflitos de interesses entre setores do poder. Surgiram as primeiras legislações e as primeiras oposições pela resistência mineira. Surgiu também o contrabando das pedras preciosas e, para evitarem a proibição da extração por cinco anos.
Entre 1740 e 1770 perto de dois milhões quilates foram extraídos, levando a queda do preço internacional. Regulou-se a extração, este regulamento durou até depois da independência do Brasil (1822).
A economia até 1822, de subsistência y voltada à exportação de matérias-primas, cana-de-açúcar, pedras preciosas e metais. A sociedade escravista. As manifestações de desconformidade dos trabalhadores eram as fugidas e a criação dos espaços de liberdade chamados de Quilombos. Muitas vezes pagavam com a morte essas manifestações, outras com castigos inumanos. .
No início do século XIX o café atingiu alto valor no mercado europeu. Aproveitando essa oportunidade, em 1830 já era o produto mais exportado pelo Brasil, desbancando o ouro e o açúcar. O Brasil tinha um incipiente comércio.