lunes, 19 de marzo de 2012

MEC anuncia avaliação nacional da alfabetização

Exame será aplicado para todos os estudantes em 7 e 8 anos partir de 2013 O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira criação de uma prova nacional para medir o grau de alfabetização de crianças de 7 e de 8 anos. O exame, que será aplicado para todos os estudantes a partir do ano que vem, será uma ampliação da Provinha Brasil, que avalia o estágio de alfabetização e de conhecimentos básicos de matemática de estudantes do 2º ano do ensino fundamental.

"A Provinha Brasil é amostral. Nós faremos um exame nacional para ver a qualidade do letramento", disse Mercadante, que participou de um debate promovido pelo Lide, Grupo de Líderes Empresariais, na zona sul de São Paulo. No evento, o ministro disse que a garantia de alfabetização na idade correta, até 8 anos, é a grande prioridade da sua gestão. "O exame será para todas as crianças. Tem custo? Tem. Mas é muito menor que o da ignorância".

Mercadante quer usar o desempenho dos estudantes no exame de alfabetização no Escola Sem Fronteiras, programa que vai oferecer bolsas de estudo em colégios privados de referência, como o Pedro II, do Rio, para professores cujos alunos de destacaram na avaliação. O outro indicador para selecionar professores do Escola Sem Fronteiras será o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O ministro disse que professores com desempenho excepcional podem ganhar bolsas de estudo no exterior.

"Já recebemos uma proposta da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e estamos discutindo com secretários de Educação, porque isso tem de ser feito em parceria. Quem administra a rede são Estados e municípios", disse Mercadante. "Estamos chamando os secretários para participar do desenho do programa, da modelagem. Na quinta-feira haverá uma oficina dos secretários para que em conjunto a gente consiga fechar a proposta".

... http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=404119

martes, 10 de enero de 2012

Educação é prioridade

Para o setor educacional, foi lançado o projeto Sala de Aula Conectada, desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo. A iniciativa prevê levar para a sala de aula das escolas públicas a tecnologia para tornar o aprendizado mais atraente e eficiente, e fazer com que os professores ganhem novas formas de disseminar o conhecimento. 

Com a tecnologia nas aulas, os alunos podem desenvolver habilidades indispensáveis para o século 21 como, por exemplo, ter uma visão crítica do mundo.” 
Em um piloto inicial, o projeto foi implantado no início deste ano em 26 escolas públicas da cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo e chega a beneficiar 6.000 alunos e 90 professores. 
O projeto Sala de Aula Conectada conta com lousa interativa, conexão sem fio, projetor, sistema de som, impressora, estação móvel, notebook com tela sensível ao toque para os professores e netbooks com conexão wireless para os alunos.
Um dos componentes do projeto é o netbook Dell Latitude 2100, desenvolvido especialmente para uso educacional e equipado com características como capa emborrachada em várias cores, que ajuda a absorver impactos, teclado bactericida, que evita a contaminação, e webcam integrada. “O interessante desta máquina é a luz no topo, que mostra se o aluno está conectado com a internet em sua sala de aula e não está prestando atenção no professor”,

viernes, 23 de diciembre de 2011

Cesária Évora (27 de agosto de 1941 - 17 de dezembro de 2011)

Cesária Évora morreu neste sábado aos 70 anos no hospital Baptista de Sousa, na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, sua terra natal, por "insuficiência cardiorrespiratória aguda e tensão cardíaca elevada". Estava doente há já vários meses e tinha já terminado a carreira, a 23 de setembro de 2011 para regressar a S. Vicente no dia 22 de outubro devido a seu problema de saúde.
Quando jovem foi viver com sua avó, que havia sido educada por freiras, e assim acabou passando por uma experiência que a ensinou a desconsiderar a moralidade excessivamente severa.
Cesária começou a cantar em bares e hotéis e, com a ajuda de alguns músicos locais, ganhou maior notoriedade em Cabo Verde, sendo proclamada a "Rainha da Morna" pelos seus fãs.
Deixou de cantar para sustentar sua família durante dez anos e teve de lutar contra o alcoolismo.
Évora voltou a cantar, atuando em Portugal. Em Cabo Verde, um francês chamado José da Silva persuadiu-a a ir para Paris e lá acabou por gravar um novo álbum em 1988 “A diva dos pés descalços” - que é como se apresentava nos palcos. Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992.
Desde então fixou residência na capital francesa. Cesária tornou-se uma estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um prémio Grammy. O presidente francês, Nicolás Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honra entregue pela ministra da Cultura francesa.
Em Setembro de 2011, depois de cancelar um conjunto de concertos por se encontrar muito debilitada, a sua editora, Lusafrica, anunciou que a cantora pôs um ponto final na sua longa carreira.

martes, 13 de diciembre de 2011

Relógio de contagem regressiva das obras do Castelão será inaugurado nesta quarta

O compromisso do Governo do Estado do Ceará de concluir as obras do Estádio Plácido Aderaldo Castelo – Castelão em dezembro de 2012 vai ganhar um marco. Um grande relógio foi instalado
na área externa do canteiro de obras para registrar os dias que faltam para a conclusão do projeto.
O relógio será inaugurado nesta quarta-feira (14), às 9 horas. Antes da solenidade, membros que integram o Comitê de Acompanhamento das Ações Relativas à Copa do Mundo da FIFA 2014 (CapCopa) da Assembleia Legislativa, visitarão as obras.
Segundo o secretário Ferrucio Feitosa, a ideia de instalar o relógio na área externa do canteiro de obras é mais alternativa para que toda a população possa acompanhar o ritmo da obra. “Não tenho conhecimento de que alguma obra pública tenha definido uma data para término visível ao público. Esse momento marca mais uma vez uma das grandes características do Governo do Estado, sempre com a transparência de suas ações e o compromisso com o povo cearense”, destaca.
A visita dos membros do CapCopa ao Castelão foi resultado de um convite feito pelo secretário especial da Copa 2014, Ferruccio Feitosa, na última quinta-feira (08), durante sua participação na
reunião do Comitê. “Fico extremamente feliz com a ida dos membros do Comitê ao Estádio Castelão para verem e atestarem o quanto as obras estão avançadas”, destaca Ferruccio Feitosa.
O projeto de reforma, ampliação e modernização do Castelão é o mais adiantado entre todos os estádios que vão receber jogos da Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™. O Castelão foi o primeiro a alcançar a marca de ter metade da obra concluída e um
mês antes do previsto. De acordo com o último relatório de execução da obra elaborado pelo Consórcio Construtor do dia 30 de novembro, o projeto já atingiu 50,09% de execução e possui duas das quatro etapas finalizadas.
O relógio digital tem 3,33m de altura por 3,00m de largura. A contagem regressiva começa a partir de 382 dias para a entrega da Arena Castelão. A estrutura fica localizada na área externa do estádio, na entrada da etapa II, com acesso pela avenida Paulino Rocha. O presidente da Arena, empresa que vai ser responsável para gerenciar o Castelão durante oito anos, Danilo Prado, diz que o relógio também vai servir para motivar os próprios trabalhadores da obra. “Vai servir de estímulo para os funcionários que também ficam numa expectativa de entregar esse grande projeto”, diz.

http://www.ceara.gov.br/component/content/article/4854/4854

sábado, 10 de diciembre de 2011

Presidenta Dilma Rousseff acompanha posse de Cristina Kirchner, reeleita presidenta da Argentina

A presidenta Dilma Rousseff acompanhou hoje (10) a posse da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, reeleita em outubro para o segundo mandato. No plenário do Congresso Nacional, Cristina Kirchner fez o juramento constitucional e o discurso à Nação em que lembrou as palavras proferidas há quatro anos, quando assumiu a Presidência da Argentina pela primeira vez.
Na ocasião, Cristina Kirchner pediu avanços nos julgamentos das violações de direitos humanos ocorridas no país. Reeleita, renovou o apelo pela conclusão dos julgamentos para que o país possa “virar uma página tão trágica de sua história”.
Na Casa Rosada, sede do governo argentina, a presidenta reeleita recebe os cumprimentos dos chefes de Estado presentes à posse, entre eles, a presidenta Dilma Rousseff.

Integração regional - O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina. Em 2010, o intercâmbio bilateral chegou a US$ 33 bilhões, sendo mais de 80% formado por bens industrializados. De janeiro a novembro de 2011, o volume do comércio cresceu 23,5% em relação ao mesmo período de 2010 e chegou a US$ 36,5 bilhões, o que já garante a 2011 o recorde da série histórica do comércio bilateral.
De acordo com o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, Brasil e Argentina devem aprofundar a integração regional para enfrentar a crise internacional que afeta os países desenvolvidos. Segundo ele, os dois países pretendem adotar medidas para aumentar a produção regional, inclusive dentro do acordo automotivo bilateral. O assunto foi discutido na reunião bilateral entre as presidentas Dilma e Cristina Kirchner em Caracas, na Venezuela.
A ideia é reverter o “processo histórico de desnacionalização” das indústrias de auto-peças, aumentar a produção de conteúdo regional e apostar na criação de um polo de exportação de peças para montadoras de outros países. Do contrário, afirmou Marco Aurélio Garcia, Brasil e Argentina ficarão “condenados a apenas montar carros”.
“Nós precisamos aprofundar a nossa integração. Essa é uma das formas, inclusive, pelas quais os dois países vão enfrentar a crise internacional. O que nós não podemos admitir é que a retração dos mercados dos países desenvolvidos encontre uma solução aqui. Efetivamente, nós temos que criar medidas concretas, não de protecionismo, mas de proteção dos nossos mercados. E isso só se faz com ênface cada vez maior numa produção local e regional”

http://blog.planalto.gov.br/
Sábado, 10 de dezembro de 2011 às 14:29   (Última atualização: 10/12/2011 às 15:16:52)

lunes, 5 de diciembre de 2011

Argentina e Brasil querem aumentar integração bilateral

02 de dezembro de 2011
MARINA GUIMARÃES, CORRESPONDENTE - Agencia Estado

BUENOS AIRES -
O Brasil e a Argentina manifestaram desejo de aprofundar a integração bilateral com o objetivo de preservar suas indústrias e os postos de trabalho, segundo informou a ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, por meio de nota distribuída à imprensa. Após a reunião entre as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, realizada em Caracas nesta sexta-feira, a ministra afirmou que "no contexto internacional, no qual o crescimento dos países desenvolvidos despenca, a premissa das presidentes foi articular e aprofundar a integração argentina brasileira para preservar o emprego e a produção bilateral".
"Estamos trabalhando no aprofundamento do processo de integração produtiva entre ambos os países, não só das pequenas e médias empresas das cadeias nas quais já temos participação bilateral para agregar valor, como também nas quais onde ainda existe o desafio de começar a integrar", disse Giorgi. A ministra defendeu "a inclusão de todos os setores relacionados à mão-de-obra intensiva, como calçados, têxtil, automotivo, autopeças, maquinaria agrícola, e outros".
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,argentina-e-brasil-querem-aumentar-integracao-bilateral,94608,0.htm

lunes, 28 de noviembre de 2011

Você sabia? O Brasil e a Argentina poderão construir, em parceria, um novo radiotelescópio, capaz de realizar pesquisas em todas as áreas da astronomia.

10/08/2011 — eco4u
O Brasil – Argentina no maior projeto astronômico da atualidade:
Poderão construir, em parceria, um novo radiotelescópio capaz de realizar pesquisas em todas as áreas da astronomia, além de estimular a cooperação dos cientistas dos dois países com o maior projeto astronômico em curso no mundo.


O tema foi debatido por dois dias consecutivos, na sede da FAPESP em São Paulo, durante o Workshop Llama. No evento, encerrado nesta terça-feira (9/8), representantes da comunidade científica ligada à astronomia defenderam a construção do Long Latin American Millimeter Array (Llama). Durante o workshop, o professor Jacques Lépine, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), apresentou a palestra “Ciência e Tecnologia com o Llama”. Segundo Lépine, o evento teve o objetivo de evidenciar que o projeto tem alta demanda na comunidade científica e que poderá trazer importantes resultados científicos em várias áreas da astronomia, além de aumentar a competitividade dos pesquisadores brasileiros e argentinos em relação à participação no projeto internacional Atacama Large Millimeter Array (Alma), que está sendo construído no Chile.

“O Alma é o maior projeto astronômico da atualidade, financiado pela União Europeia, Estados Unidos e Japão. A intenção é que o Llama fique a 200 quilômetros do Alma. Com isso, poderemos fazer interferometria entre os dois projetos – isto é, utilizá-los em rede a fim de obter maior resolução”, disse à Agência FAPESP.

De acordo com Lépine, o Llama terá uma antena de 12 metros de diâmetro instalada em território argentino, com orçamento inicial estimado em US$ 20 milhões. Já o Alma, cuja construção está prevista para o fim de 2013, consiste em um conjunto de 66 antenas de 12 metros espalhadas em uma área de cerca de 15 quilômetros no norte do deserto do Atacama, no Chile. O orçamento é de US$ 1,4 bilhão. Ambos os projetos serão instalados a cerca de 5 mil metros de altitude.

“Cada vez que o Alma fizer uma descoberta científica de grande interesse – e certamente serão muitas, no maior projeto astronômico da atualidade –, os pesquisadores poderão achar interessante fazer uma observação com uma resolução angular melhor. E o Llama vai estar lá para isso”, disse Lépine.

O Llama permitirá estudos em praticamente todas as áreas da astronomia, como estudos sobre o Sol e o sistema solar, a evolução das estrelas, o meio interestelar e as galáxias distantes. O Alma, que tem os mesmos objetivos científicos, deverá especialmente fornecer novas imagens do nascimento de estrelas, da formação de sistemas planetários e dados sobre as primeiras galáxias do universo.

“Haverá muita competição para a utilização do Alma e, com o Llama, os cientistas sul-americanos terão mais poder de barganha para conseguir aumentar seu tempo de utilização. Com um investimento de US$ 20 milhões, poderemos aumentar muito nossa participação em um grande projeto global de US$ 1,4 bilhão”, destacou Lépine.

A afirmação foi reiterada pelo diretor do Alma, Thij de Graauw , também presente no workshop. “O Llama seria sem dúvida a melhor oportunidade possível para que os pesquisadores brasileiros e argentinos possam participar das pesquisas no Alma”, afirmou.

Segundo Lépine, as bandas iniciais de operação do Alma serão de 84 a 116 gigahertz, de 221 a 275 gigahertz, de 275 a 373 gigahertz e de 602 a 720 gigahertz. O Llama deverá começar a operar na banda de 31 a 45 gigahertz.

“Os dados obtidos no Llama poderão ser refinados com o Alma, cujos pesquisadores também poderão utilizar o Llama para conseguir uma resolução angular melhor a fim de estudar detalhes sobre determinada descoberta”, disse.

Outra vantagem do Llama, segundo Lépine, é que ele será a semente de uma rede de radiotelescópios. “A longo prazo, o Alma vai exigir a instalação de antenas em vários países da região. O Llama poderá servir como o início de uma integração científica e tecnológica regional”, afirmou.

Fonte: Agência FAPESP
https://eco4u.wordpress.com/2011/08/10/radiotelescopios-em-rede-cooperacao-brasil-argentina-no-maior-projeto-astronomico-da-atualidade/




Saiba mais:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=radiotelescopio-llama

viernes, 23 de septiembre de 2011

A Indústria do Petróleo e o Meio Ambiente. Parte 3

Mozart Schmitt de Queiroz
Secretário Geral do Sindipetro-RJ e dirigente da FUP
Artigo apresentado no II Forum Ambiental Pro-Rio, em 2001

Análises de catástrofes mostram que elas poderiam ter sido evitadas

Por trás dos erros fica claramente a impressão que os empresários dessa indústria – ainda que estatais – trabalham de olho grande nos lucros e muito pouco investem em prevenir os riscos inerentes a esta atividade e que são sobejamente conhecidos.
Espanta a obviedade das soluções que evitariam grandes acidentes nesta indústria. E não foram evitados por que? A pressa em produzir, a busca de recordes de produção a qualquer custo e o olhar direcionado para os enormes lucros. Além disso a progressiva redução de pessoal que deveriam cuidar dessa prevenção, agrava os problemas já existentes.
A empresa vem desconsiderando os alertas técnicos apontados nesta direção.

1. A terceirização e a precarização no trabalho em uma indústria de ponta

A política de terceirização levada a cabo pela Petrobrás, levou a uma precarização da relação de trabalho, a uma redução do nível de qualificação e de treinamento da mão de obra contratada e a um aumento dos acidentes de trabalho.
Grande parte dos acidentes com perda de tempo e mesmo acidentes fatais, vem ocorrendo nas instalações da Petrobrás com trabalhadores terceirizados. Os números da própria empresa demonstram claramente este fato. Além disso, existe uma relação de trabalho desigual e injusta quando comparados aos efetivos próprios da empresa, em relação aos direitos sociais, estes trabalhadores não recebem orientação, treinamento e material de proteção adequado às suas funções.
A terceirização virou um grande balcão de negócios, sem limites contratuais nítidos em relação às obrigações que devem ter estas empresas prestadoras para com os contratados. O descumprimento da legislação é fragrante, das Normas Regulamentadoras no que tange a proteção, exames de saúde e instalação de CIPAS ao não recolhimento de FGTS e contribuições previdenciárias.
A empresa ao adotar esta política de não realizar concursos para suprir seus efetivos de pessoa, apostou errado que reduziria custos com a terceirização, no entanto jurisprudência existe sobre a responsabilidade solidária quando de acidentes com perdas materiais ou de vida de trabalhadores contratados no interior de suas instalações e a Petrobrás tem sido obrigada a desembolsar por conta disso.

2. A legislação não é respeitada

A organização do Estado é responsável pela aplicação da legislação que cada país tem. E esta legislação, na área de higiene e segurança industrial é fruto de grandes discussões e acordos internacionais, da qual o Brasil é signatário, como as convenções da Organização Internacional do Trabalho. Assim, seria de se esperar que os organismos de Estado fossem os primeiros a respeitar essa legislação e dar o exemplo de seu cumprimento à risca.
Não é isso o que ocorre com a indústria do Petróleo no Brasil, a despeito de ser essencialmente estatal. Plataformas de petróleo foram instaladas na Bacia de Campos e postas em operação sem que tenham havido as audiências públicas precedendo a concessão das Licenças de Operação, conforme previsto na Legislação. A Petrobrás descarta muitos efluentes sem o necessário enquadramento nos limites estabelecidos em resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente - Conama.
Assim, a impressão que fica é que, por conta dos impostos, royalties , empregos, etc que uma unidade da Petrobrás pode gerar para a localidade em que se instala e para o país, tacitamente os demais órgãos públicos não cobram dela o cumprimento da legislação na execução de seus projetos. E como a Petrobras não é cobrada, os seus gerentes pouco investem no sentido de fazer cumprir o que estabelece essa legislação.
Infelizmente, esta seqüência de falhas e omissões acabaria por levar a um grande acidente e tragédia ambiental nos últimos dois anos, agredindo o ecossistema de um dos principais pontos turísticos do planeta e a fonte de renda de milhares de famílias na Baia da Guanabara. Só a partir daí, do que a empresa chamou de fatalidade, é que a Petrobrás passou a anunciar um plano que, aparentemente, significa uma radical mudança de posição gerencial em relação a segurança no trabalho e ao meio ambiente.
Foi esse mesmo grande acidente que explicitou a conivência dos órgãos ambientais para com a agressão ao meio ambiente. No calor do debate, com a imprensa publicando tudo, multas foram aplicadas, reuniões com empresas poluidoras promovidas por órgãos ambientais, foram realizadas. Aparentemente as licenças de operação e a mudança de conduta passaram a ser cobradas.
Mas tudo isso demonstrou uma vez mais, que até então esses órgãos pareciam desconhecer que havia risco na indústria do Petróleo e que muitas unidades operavam sem licença ambiental. Explicitou também que até então esses órgãos pouco estavam cobrando em termos de atuação preventiva e de cumprimento da lei de outras indústrias agressivas situadas no entorno da Baia da Guanabara.

Lei e tecnologia apropriada existem e devem ser respeitadas

A indústria do petróleo sempre enfrentou, com sucesso, inúmeros desafios tecnológicos. E a Petrobrás, por exemplo, já conquistou dois prêmios internacionais pela liderança mundial da tecnologia de produção de petróleo em águas profundas. E os méritos destas conquistas cabem aos técnicos de seu Centro de Pesquisas e de seu Serviço de Engenharia e, também, tem que ser dito, ao corpo gerencial que desde a fundação da Petrobrás entendeu que uma empresa como esta precisaria de fortes investimentos financeiros e humanos no desenvolvimento tecnológico.
Por outro lado, inúmeros estudiosos do direito ambiental são categóricos ao afirmar que o Brasil possui uma das mais rigorosas legislações ambientais do mundo. Apesar dos vetos presidenciais, a Lei dos Crimes Ambientais e a Lei das Águas se constituem em modernos e eficientes instrumentos jurídicos para coibir a agressão ao meio ambiente. Existem, ainda, desde a década de 80, várias resoluções do Conama que, se aplicadas, evitariam inúmeras agressões ao meio ambiente que são praticadas com regularidade pela indústria do Petróleo. E o mérito desta legislação deve-se a atuação de organizações sociais e ambientalistas junto ao legislativo, mas também a todo o Poder Legislativo que já compreendeu a importância de se preservar o Meio Ambiente.
Se há capacidade tecnológica para resolver problemas e se há uma legislação no Brasil que permite coibir a agressão ao meio ambiente, só há uma explicação para a continuidade das agressões ambientais, praticada por este (bem como outros) ramos industriais no Brasil: o respeito e a preservação do meio ambiente, na realidade, ainda não são elementos decisivos na política de desenvolvimento das atividades econômicas no Brasil.

(continua)

sábado, 17 de septiembre de 2011

A Indústria do Petróleo e o Meio Ambiente. Parte 2

Mozart Schmitt de Queiroz
Secretário Geral do Sindipetro-RJ e dirigente da FUP
Artigo apresentado no II Forum Ambiental Pro-Rio, em 2001

Agressões ao meio ambiente ocorrem em todas as etapas dessa indústria...

1. Na exploração
Na simples exploração de possíveis campos de petróleo já são utilizadas explosões com dinamites. Alguém pode imaginar os efeitos sobre a fauna exposta a esses eventos?
No processo de perfuração de poços são descartadas lamas oleosas. Nas instalações de produção há sempre riscos de derramamentos, de incêndios e, normalmente são descartados rejeitos com enormes potenciais de agressão à natureza como as águas de produção, em geral com alta salinidade e que são descartadas ainda contendo significavas massas de óleo.

2. No transporte
Nos vários meios de transporte de óleo dos campos de produção até as unidades de refino, há também enormes riscos envolvidos tais como derramamentos e incêndios seja em transporte por água, dutos, ferrovias ou rodovias. Exemplos lamentavelmente fazem parte da nossa memória. O caso do Exxom Baldez é apenas o maior em termos de agressão à natureza. A explosão em gasodutos subterrâneos em uma cidade mexicana há alguns anos talvez seja o maior em vítimas humanas. Mas, para ficar no Brasil, lembremos da Vila Socó (SP), com suas centenas de mortes.
Ao lembrarmos que os grandes centros consumidores de petróleo de maneira geral situam-se distantes dos grandes pólos produtores, com facilidade iremos perceber que todos esses riscos estão presentes e se multiplicam ao longo de todas as milhas percorridas pelo petróleo em sua viagem de seu sítio de origem até as refinarias.

3. Na indústria do refino
Quando o petróleo chega em uma refinaria se inicia uma nova etapa que se caracteriza por elevados riscos à saúde e de agressão à natureza: a indústria do refino é das mais intensivas na utilização de dois insumos caros à humanidade; água e energia. E a água que utiliza, ao menos no Brasil, ainda é descartada contendo grande quantidade de óleo, além de outras matérias orgânicas e metais. A grande imprensa costuma noticiar que a indústria do Petróleo é a maior poluidora da Baía da Guanabara por exemplo. E têm razão para esta assertiva.
Por serem grandes consumidoras de energia, e em geral serem auto-suficientes neste insumo, as refinarias são grande consumidoras de petróleo e seus derivados, constituindo-se, portanto, em grandes agressoras da atmosfera.

4. Nos distribuidores finais

Mas depois das refinarias, os produtos ainda têm que chegar aos distribuidores finais. E aí há mais uma "viagem" a ser feita em caminhões, muitas vezes por estradas em péssimas condições, atravessando vilas sem nenhum tipo de cuidado para evitar acidentes. E eles vêm ocorrendo. Lembremo-nos do trem descarrilado e incendiando em Pojuca (Ba). Quantos caminhões já tombaram com produtos inflamáveis por nossas estradas?

5. Na última etapa de comercialização

Mas os problemas não param no transporte. É na última etapa de comercialização que os riscos aumentam e se multiplicam. Por serem dispersos e pequenos, é que passam despercebidos, mesmo pelos órgãos de fiscalização ambiental.
• Quantos depósitos de pontos de comercialização de gás de cozinha operam neste país sem os mínimos cuidados com segurança?
• Quantos postos de gasolina operam com tanques vazando, e com descarte de produtos derramados – ou usados – diretamente para as redes de esgotos pluviais?
• Quantos frentistas operam respirando hidrocarbonetos e, portanto, se expondo diretamente a agentes cancerígenos nos mais de 25 mil postos brasileiros?.
Obviamente que todos os potenciais de riscos podem ser minimizados com a tecnologia já desenvolvida pela indústria do petróleo e o cumprimento da legislação já existente. No entanto, a impressão que passa é que a humanidade, obcecada pelas emoções e facilidades que os produtos do "ouro negro" lhe propícia, pouco se dedica a evitar suas desastrosas conseqüências. O estilo de vida na sociedade de consumo hoje é caracterizado por atitudes individuais, individualismo muito em voga, como a opção pelo transporte por automóvel, 25 vezes mais poluente do que os veículos de transporte coletivo.
(continuará)

A Indústria do Petróleo e o Meio Ambiente

Mozart Schmitt de Queiroz
Secretário Geral do Sindipetro-RJ e dirigente da FUP
Artigo apresentado no II Forum Ambiental Pro-Rio, em 2001

Parte 1
Ao se discorrer sobre este tema necessariamente deve-se refletir sobre o modelo de desenvolvimento que impulsionou o crescimento industrial das sociedades capitalistas no século XX.
Ao iniciar um novo milênio, todos os esforços para buscar uma equação para a redução da emissão de poluentes na atmosfera, como a dos níveis de dióxido de carbono proposto pelo Protocolo de Kyoto, esbarram na resistência dos países industrializados e no voto contrário a ratificação do governo americano. Bush não somente mantém a posição já conhecida dos EUA, como também propõe a flexibilização das leis ambientais para incentivar o aumento da geração de energia elétrica. Tais posturas fazem parte de um cortejo movido e cinismo e manutenção de um ciclo de dominação econômica, que se perpetua voltado para os interesses dos grandes grupos industriais.
Este modelo tem levado às últimas conseqüências a lógica do lucro, pouco importando-se com a saúde e a segurança dos trabalhadores e da população ou com as conseqüências para o meio ambiente e, com as condições de vida no Planeta para as gerações futuras. E é sobre estes fatos que refletiremos neste artigo.
Uma indústria poluidora e de alto risco
Têm razão os que apelidaram o petróleo de "ouro negro". Suas propriedades fisico-químicas viabilizaram o transporte individual em altas velocidades. Conseqüentemente viabilizaram duas das indústrias mundiais mais rentáveis do século XX: a indústria do petróleo e a indústria automobilística. Ambas se alimentam e são interdependentes.
Consumir petróleo e seus derivados significa devolver para a atmosfera, sob a forma de gases e poeiras, uma massa enorme de carbono e outros elementos como enxofre e nitrogênio, que foram retirados desse meio há milhões de anos. Estima-se hoje que o planeta esteja consumindo cerca de 100 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia. Essa massa de petróleo e gás é quase toda queimada, transformando-se basicamente em gás carbônico. É uma massa de carbono sem precedentes na história, jogado artificialmente na atmosfera.
Mas essa massa de gás jogada na atmosfera é apenas um dos fatores de agressão à natureza, promovido pela indústria do Petróleo. As agressões ocorrem em todas as etapas dessa indústria...
(continuará)